quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Desenvolvimento cognitivo (dos 2 aos 7 anos)


Desenvolvimento cognitivo é o desenvolvimento da capacidade do seu filho usar o conhecimento, imaginação, criatividade e capacidade de resolução de problemas, de forma a conseguir organizar as ideias e pensamentos e de modo a que o mundo que o rodeia tenha sentido.
Dos 2 aos 7 anos a criança baseia-se no conhecimento concreto dos objectos, mais do que em ideias. Nesta idade não percebe conceitos lógicos e não consegue manipular a informação mentalmente, sem o suporte da experiência prática. Há um aumento da memória e um desenvolvimento da imaginação. A partir dos dois anos, o seu filho começa a ter pensamento simbólico, isto é, o pensamento da criança é influenciado pela fantasia (a forma como ela gostava que as coisas fossem) e pode acreditar que os objectos têm sentimentos. Nesta fase, a brincadeira do faz de conta torna-se muito importante. O pensamento é muito egocêntrico, e a criança assume que os outros vêem as situações pelo seu ponto de vista, tendo dificuldade em ver o ponto de vista dos outros.
Dos 2 aos 4 anos predomina o pensamento mágico; dos 4 aos 7 anos predomina o pensamento intuitivo.

Pensamento mágico



O estádio pré-operatório é marcado pelo pensamento da criança.
A criança começa a desenvolver e a representar mentalmente objectos ausentes, não se limita só a agir mas também representa-os e substitui-os por símbolos.
Na fase do pensamento pré-conceptual (pensamento mágico) é centrado na imaginação e por ela dominado (dos 2 aos 4 anos).
Nesta fase as crianças não se preocupam com a realidade, sendo o seu mundo bastante imaginativo. O pensamento é principalmente dominado pela sua imaginação, significa que a relação da criança com a realidade concentra-se na sua imaginação, desejos e fantasias. Esta presença da imaginação e da fantasia permite compreender o que é o pensamento pré-conceptual, é essencialmente um pensamento mágico que  transforma o imaginário na realidade. O egocentrismo da fase pré-conceptual significa que há uma incapacidade em distinguir claramente os acontecimentos físicos ou externos, o que se traduz numa significativa indiferenciação entre a criança e a realidade exterior.
O pensamento intuitivo é fundamental para o desenvolvimento da criança. Nesta idade a criança já usa a inteligência e o pensamento. Neste estádio, a criança é capaz de representar as suas vivências e a sua realidade através de diferentes cenários: do jogo, desenho, linguagem, imagem e pensamento, animismo, realismo, finalismo e o artificialismo.
Como podemos ajudar: nesta fase é muito importante o jogo simbólico; neste jogo predomina a assimilação, por exemplo, no faz de conta as crianças brincam aos pais, às escolas, aos médicos e por aí fora. O jogo de construções também é um jogo simbólico, por exemplo, com os legos eles fazem construções de casas, no entanto para nós adultos é tudo menos uma casa.
A criança ao jogar está a organizar e a conhecer o mundo, por outro lado também funciona como terapia. Além disso, através do jogo podemos perceber qual é a relação que a criança tem em casa, e consegue demonstrar se tem ou não falta de amor por parte da mãe, e conseguimos perceber como é o ambiente familiar.  

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O pensamento intuitivo (dos 4 aos 7 anos)



Entre os 4 e os 7 anos, a criança desenvolve o pensamento intuitivo: a criança torna-se muito curiosa, tem consciência que sabe muita coisa mas não percebe como é que sabe o que sabe. Ela já não se contenta com as coisas que sabe, e quer saber porque é que as coisas são como são, tornando-se incansável a fazer perguntas de ‘porquê?’ e ‘como?’.
O seu raciocínio faz-se sobre informação concreta, tendo ainda dificuldade com informação mais abstracta.
Embora, a criança comece a distinguir a parte do todo e as relações hierárquicas, ainda tem dificuldade em colocar os objectos em mais do que uma classe; assim, pode dizer que não quer fruta, mas sim uma banana, por ter dificuldade em inserir a banana na categoria mais abrangente da fruta. Nesta fase, quando a criança classifica objectos em categorias, tende a centrar a sua atenção numa única característica; por exemplo, quando tem que juntar os legos, ela junta os legos que têm a mesma forma, ou a mesma cor, deixando os restantes de fora.
Ela ainda não tem a noção de conservação do número e da quantidade. Por exemplo, se mostrar dois copos idênticos com a mesma quantidade de água, o seu filho consegue dizer que os copos têm a mesma quantidade de água, mas se deitar o conteúdo de um dos copos para outro mais estreito e alto, o seu filho passará a considerar que este último copo tem mais água, porque para resolver problemas baseia-se em características físicas, neste caso na aparência dos copos.
Da mesma maneira, se tiver duas linhas com o mesmo número de blocos iguais, mas numa os blocos estiverem um pouco mais espaçados do que na outra (pelo que uma linha é mais comprida), o seu filho tenderá a dizer que a linha mais comprida tem mais blocos porque baseia a sua resposta no comprimento da linha, ou seja nas características físicas, e não no número absoluto de blocos em cada uma. O seu raciocínio baseia-se naquilo que ele vê.
Há um desenvolvimento da memória. O seu filho consegue lembrar-se do que fez no fim de semana ou de eventos mais relevantes tais como festas de anos, visitas de estudo, etc. Já consegue memorizar os elementos principais de uma história, conseguindo recontá-la mantendo a sequência. Aprender e memorizar as coisas torna-se mais fácil se a informação for dada dentro de um contexto que tenha significado para a criança. Ele terá ainda dificuldade em memorizar listas ou informação isolada.
A linguagem pode estar muito desenvolvida, mas a compreensão e a memória verbal ainda apresenta algumas limitações. O seu discurso torna-se mais social e menos egocêntrico. Nesta idade, ele não consegue entender as razões por trás das regras de um jogo, mas entende simples regras, do que pode e não pode fazer, impostas pelo adulto.
Durante este período vai-se desenvolvendo a noção de tempo. Aos quatro anos, o conceito de tempo é de difícil compreensão, se os eventos não ocorrem imediatamente, então levam muito tempo a acontecer (se disser ao seu filho que vão fazer uma viagem daí a uma semana, é provável que ele todos os dias pergunte se é naquele dia que vão fazer a viagem). Entre os cinco e os sete anos começa a compreender os conceitos de presente, passado e futuro, mas relacionados com as coisas que lhe são familiares.
Aos quatro anos, o seu filho consegue organizar os objectos pela forma, cor e tamanho. Já sabe a sua idade, nome completo e onde mora. Já poderá desenhar um quadrado e algumas letras maiúsculas, possívelmente as do seu nome. O desenho da figura humana já é mais completo, com cabeça, corpo, braços e pernas e pode também desenhar mãos e dedos (poderá já desenhar cinco dedos). Já conhece as estações do ano e sabe as suas características.
Aos cinco anos, a criança compreende um objecto ou conceito na totalidade, mas nem sempre compreende a relação das partes com o todo. Já utiliza raciocínios simples e começa a entender relações de causa e efeito. Já desenha números e letras maiúsculas, e já pode começar a escrever alguns números, letras e pequenas palavras por si mesma. A sua imaginação continua a desenvolver-se, mas começam a distinguir melhor entre quando estão a fantasiar ou não.
Aos seis anos começa a desenvolver conceitos de quantidade, distância, área, tempo, peso, comprimento, etc. Consegue nomear os dias da semana por ordem. Consegue ordenar os objectos pelo tamanho. Diz o dia e o mês em que nasceu.


Como pode ajudar no desenvolvimento cognitivo do seu filho:
- Incentive-o a fazer pequenos puzzles, que desenvolvem a atenção, concentração e capacidade de classificação, trabalham as formas e o espaço. A resolução por tentativa e erro irá diminuindo há medida que ele começa a usar a capacidade de raciocínio para encontrar a posição correcta das peças.
- Os jogos de construção (Duplo Lego, blocos, etc) permitem trabalhar a noção de espaço, forma, tamanho, a associação e organização.
- Os jogos de associações – Loto, jogo de encontrar pares de imagens – ajudam a associar e a organizar e a desenvolver a memória.
- Façam jogos de memória, para desenvolver a atenção, concentração e memória. Por exemplo, coloque alguns objectos num tabuleiro e após um período de observação retira-se um objecto, tendo-se então que identificar o objecto que falta.
- Dê-lhe objectos para organizar, por exemplo botões, sementes, contas, etc., permitindo desenvolver a capacidade de ordenar, classificar, de acordo com a cor, forma ou tamanho, e promovendo a concentração.
- Incentive-o a usar instrumentos de medição: por exemplo, façam um bolo juntos, deixando-o trabalhar com a balança para medir os ingredientes; façam juntos medições com a fita métrica, ou com passadas, comparando diferentes distâncias.
- Aproveite todas as oportunidades para ir trabalhando os números e contas simples.
- Incentive-o a recontar as histórias que lhe lê. Será mais fácil para ele contar as histórias preferidas e que já ouviu mais vezes e que tenham imagens sugestivas.
- Elaborem um calendário semanal, com base em eventos que marquem-lhe o ritmo semanal (por exemplo, os dias em que tem ginástica, ballet, karaté, ida a casa dos avós, etc.), marcando também eventos especiais como festas de anos, viagens, etc., para trabalhar a noção de tempo.
- Divida conceitos e actividades em pequenas etapas, repita as actividades frequentemente e procure diferentes formas de apresentar o mesmo conceito.
- Assegure-se que as actividades são apropriadas para o seu nível de entendimento e evite que ele fique frustrado e/ou cansado com uma actividade.
- Elogie-o frequentemente pelos seus esforços e conquistas.

Desenvolvimento da linguagem na infância



A aquisição da linguagem é considerada fundamental no desenvolvimento infantil. Uma criança que não adquira a linguagem verbal nos primeiros anos de vida poderá estar a comprometer todo este processo. Em termos teóricos, é possível descrever as características gerais da evolução da linguagem infantil.

Linguagem dos 0 aos 6 meses


A comunicação do bebé começa pelo choro, a sua forma de se expressar, quando quer comer, quando se sente incomodado, com frio, com calor, ou não sente alguém por perto e quer companhia ou simplesmente um colinho, ou seja são muitas formas de comunicar por parte do bebé em que os adultos vão aprendendo a interpretar a sua linguagem. Algumas semanas depois, surge outra forma de comunicação, o riso, o bebé transmite alegria, no fundo ele está a chamar a atenção e a estabelecer contato com os adultos. O bebé tem de compreender que as pessoas comunicam através de emissões de sons diferentes, mesmo que o bebé não entenda o que lhe digam para ele é muito importante para a aquisição progressiva da linguagem. Apesar de o bebé não compreender o que lhe dizem, consegue interpretar o ritmo e o tom de voz, o facto de demonstrar com um olhar o movimento da cabeça e do corpo. Por volta dos três, quatro meses ou até um pouco mais tarde o amadurecimento neurológico permite-lhe um outro passo neste processo de aprendizagem, já que ao ouvir uma voz conhecida proveniente de fora do seu campo visível, o bebé sabe que é alguém familiar e tenta localizá-lo, virando-se para um lado e para o outro. Quando se fala com um bebé mesmo essa pessoa não estando perto dela deve-se chamar pelo seu nome, mesmo não o sabendo. Por volta dos seis meses começa a fazer as suas primeiras tentativas no qual predominam as vogais “a” e o “e”; o bebé baseia-se em observar e aprender a controlar a emissão de ar e o movimento da boca para que comecem a surgir alguns sons.

Linguagem dos 6 aos 9 meses


As crianças dos 6 meses aos 9 meses já adquire uma linguagem própria, faz muitas vocalizações, imitando sons produzidos por ele mesmo ou por outras pessoas, seja adulto ou criança. Nesta idade, o bebé apresenta vocalizações espontâneas e até sílabas e ditongos, que são as principais aproximações para a emissão das primeiras palavras, ri alto, dá gargalhadas e pequenos gritos de prazer. Reage com intensidade ao ouvir sons familiares e volta-se ostensivamente para as fontes sonoras.  Vocaliza várias sílabas sem significado. Percebe o «não». Faz jogos de imitação (bate palminhas, «A galinha põe o ovo»...).
O que os pais podem fazer para ajudar no desenvolvimento da linguagem:
Devemos conversar muito com eles, todos os momentos são motivo de diálogo, ao trocar as fraldas, na hora do banho, por exemplo: avise que vai pôr o champô, que vai passar a água, que vai limpar com a toalha e assim por ai adiante. Brinque com a criança, mas sempre dizendo o nome dos objectos, conte histórias e cante várias músicas infantis, assim estimula-se o desenvolvimento da linguagem.

Linguagem dos 9 aos 12 meses




A criança dos 9 aos 12 meses pode dizer algumas palavras curtas sendo a maioria delas a repetição do que os adultos dizem.  Imita gestos, diz adeus e abana a cabeça para dizer «não», e emite sons para chamar a atenção e estabelecer a comunicação. Repete sons e vocaliza com entoações diversas. Compreende ordens simples (por exemplo, «não mexe»). É capaz de dizer pequenas palavras com sílabas simples, necessitando para isso do esforço e estímulo dos pais a cada progresso adquirido.
O que os pais podem fazer para ajudar no desenvolvimento da linguagem:
Se ele emitir algum som, estimule-o a repetir, mesmo que seja incompreensível, é uma tentativa dele comunicar que deve ser incentivada, futuramente estes sons se tornarão palavras. Inicialmente a criança tenta imitar o adulto, então, se você falar, por exemplo, 'papá' ou 'mamã' repetidas vezes, de maneira suave e o mais claramente possível,   um dia ele conseguirá imitar. Mostre objectos e fale o nome; inicialmente ele pode ficar com cara de que não entendeu, mas se estiver prestando atenção no que você diz, vai chegar o dia em que ele irá ligar a palavra ao objecto ou à acção.

As primeiras palavras (dos 12 aos 18 meses)




Aos 12 meses o seu filho aponta quando lhe quer mostrar alguma coisa e sabe conduzi-la até aos objectos que precisa. Ele já compreende muitas palavras simples, e pode apontar para figuras ou objectos nomeados pelo adulto (por exemplo, apontar para o nariz, se lhe perguntar onde está, para o cão, o sapato, etc.). Já reconhece o próprio nome, respondendo quando é chamado.
Por volta dos 12 meses é provável que use um vocabulário de cerca de 3 palavras, para além de mamã e papá. Uma vez que a sua compreensão ultrapassa muito a capacidade de se exprimir, cada palavra que sabe pode significar diferentes conceitos (por exemplo, quando diz ‘mamã’ pode significar ‘mamã, quero água’). Quando perceber o que ele quer repita-lhe a frase correctamente (‘a mãe/mamã vai dar-te água’), e não tardará que ele comece a dizer ‘mamã, água’.
Poderá começar a utilizar os sons dos animais para se referir a estes, ou sons que faz a comer para referir a comida. Por exemplo, poderá começar a dizer ão-ão para se referir aos cães, que depois irá evoluir para ‘cão’.
Começa a usar as palavras que conhece para dizer o que quer, em vez de apontar, e pode começar a referir-se a si mesmo pelo próprio nome. De vez em quando, poderá dizer uma palavra que oiça frequentemente aos pais.
Nesta altura, o seu filho está desejoso de se fazer entender pela fala, e o seu repertório de palavras vai aumentando e aos 18 meses a criança já pode apresentar um vocabulário de cerca de 20 a 50 palavras (sobretudo relacionadas com o seu dia-a-dia, nomeadamente comida, brinquedos, o seu próprio corpo e animais) e pode formar frases curtas, de duas ou três palavras. Misturado com as palavras que já sabe, pode usar o seu linguajar próprio (jargão).
Diz o ‘não’ correctamente, normalmente acompanhado com o movimento da cabeça, e coloca questões, subindo o tom da voz no final da palavra.
Ele imita os sons de alguns animais e barulhos como os de chuva e de trovão e tenta cantar canções simples.

O que podem fazer para ajudar:
- Fale muito com o seu filho, dando-lhe total atenção, pondo-se, sempre que possível, à altura dele e olhando-o nos olhos. Fale devagar, descrevendo o que estão a fazer e ensinando-lhe palavras novas, designando-lhe as coisas com que interactuam, por exemplo, as partes do corpo, peças de roupas, o que come, brinquedos favoritos, os elementos da paisagem quando vão passear, as cores, as texturas, etc. Responda-lhe quando ele lhe perguntar algo.
- O seu filho vai adorar ajudá-la, peça-lhe ajuda para ir buscar objectos do seu dia-a-dia, que ele conheça bem e que estejam ao seu alcance, dando indicações simples – por exemplo, dizendo ‘Vai buscar a fralda’, (frases longas e com muitas explicações vão causar-lhe confusão).
- Aproveite todas as oportunidades para ir introduzindo os números: conte os degraus das escadas, os dedinhos, os brinquedos, etc.
- Leia-lhe muito (e releia os livros preferidos), usando livros com imagens apelativas, para desenvolver a associação da palavra com o objecto, apontando objectos familiares e/ou pedindo que encontre e aponte nas imagens elementos que ele já conhece, por exemplo, o cão, o bebé, a casa, etc.
- Use diferentes vozes e emite os sons dos animais, dos objectos, veículos, etc. quando estiver a ler ou a contar-lhe estórias. Vá alternando tons graves e agudos, sons mais altos e mais baixos.
- Dê-lhe livros para ele brincar e observar, resistentes e de fácil manuseio.
- Brinque com jogos de palavras, ensine brincadeiras com os dedos e cante canções que são acompanhadas por acções e/ou que pontuem as actividades do dia, como a hora de acordar, do banho, de comer e de dormir, dando preferência às cantigas simples, com letras curtas e repetitivas.
- Preste atenção ao seu filho quando ele falar consigo. Tenha paciência e deixe-o pedir as coisas (usando palavras e gestos), antes de lhe dar o que ele quer.
- Sempre que possível, associe gestos ao que diz (por exemplo, mostrar as mãos vazias ao anunciar que algo “acabou”).
- Não estimule quando ele faz sons de bebé ou diz as palavras incorrectamente, mas não o corrija, pois isso pode inibi-lo. Em vez disso, repita sempre as palavras correctamente.
- Evite o uso de diminutivos, já que as palavras ficam muito parecidas, o que dificulta a memorização e a consequente ampliação do vocabulário.
- Tente não usar demasiado o ‘não’, usando-o apenas em situações que impliquem a segurança do seu filho.
- Façam um ‘dicionário’ das palavras que o vosso filho diz. Vão ficar surpreendidos com a rapidez com que ele adquire novas palavras.

Algumas rimas que pode acompanhar com gestos:
Tão balalão 
Tão balalão,
Cabeça de cão,
Orelhas de gato,
Não tem coração.
(ao mesmo tempo que se diz a rima, baloiça-se a criança ao ritmo cadenciado e faz-se cócegas na última palavra)

Bichinha gata 
Bichinha gata,
Que comeste tu,
Sopinhas de leite,
Onde estão elas?
Na barriga da _____.
(pega-se nas mãos da criança e vai-se fazendo festas ritmadas na cara dela, no último verso diz-se o nome da criança e faz-se cócegas na barriga)

Nome dos dedos 
Pequenino,
Seu vizinho,
Pai de todos,
Fura bolos,
Mata piolhos.
(vai-se passando pelos dedos da criança ao mesmo tempo que se nomeiam, começando do mindinho e acabando no polegar)

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Testar limites dos 4 aos 5 anos


É através de limites que a criança começa a exigir ao outro.
As crianças dos 4 aos 5 anos já sabem escolher as suas próprias brincadeiras e já sabem diferenciar as próprias brincadeiras.
Quando tiver que evitar um comportamento inadequado, pode lembrá-la de um positivo, esclarecendo que é mais saudável, e normalmente ela aceita a substituição de um pelo outro.
Cabe aos pais ensinar o seu filho a respeitar as regras e limites do grupo a que pertence, fornecendo uma consciência normal e social, com muito amor, disciplina, compreensão, autoridade e responsabilidade.
A criança não nasce sabendo como viver na sociedade, ela vai precisar sempre  de um adulto responsável para lhe impor regras e limites.

Desenvolvimento sócio – afetivo dos 4 aos 5 anos

As crianças gostam de atividades que envolvam o grupo, assim o fator afetivo dos relacionamentos inter pessoais expõem a criança a influências sociais mais amplas. Quando a criança visita a casa de um amigo ou quando está no horário escolar, as brincadeiras em grupo são muitas vezes um teste para as crianças na sua interação com os outros. Quando vence uma brincadeira, ou vence a disputa de um brinquedo, e principalmente como acontece na maior parte das vezes disputarem o mesmo brinquedo por simplesmente este ser uma novidade, nestas ocasiões, a criança que alcança o objetivo (e principalmente se a disputa passou despercebida de um adulto ou sem a intervenção mediadora de um adulto) sente-se realizada, sempre com objetivo de se afirmar perante o grupo, sente-se superior aos outros e, principalmente, a algum adversário mais direto. Ao invés quando perde alguma atividade, ou não consegue realizar o esperado, fica diminuido em relação ao adversário mais direto e deprimido em relação ao grupo. Assim, é no decorrer destas situações que a criança aprenderá a conviver com os outros, em suma a viver em sociedade. Além dos contatos sociais da criança crescerem rapidamente nesta fase, há diferenças em relação ao sexo da criança: as meninas gastam grande parte do tempo em interações sociais, a afiliação é uma tendência maior delas. Os meninos estão mais frequentemente preocupados com alguma atividade física.




A criança nesta fase brinca ativamente com a fantasia e faz uso intenso da imaginação.
Entretanto, o brincar tem características diferentes, já não precisa tanto da manipulação do concreto e recorre muito ao "faz-de-conta". Também começa a brincar com jogos competitivos, desenvolve verdadeiros jogos sociais com regras bem definidas para os seus elementos e as atividades presentes nas brincadeiras são devidamente coordenadas. Mas se a atividade é imposta ou não é agradável para a criança, tudo indica que não se trata de uma brincadeira mas na sua ideia acaba por ser uma tarefa, uma obrigação. Definir este jogos não é tarefa fácil, contudo a criança inicia tarefas, e tem prazer quando propõe atividades, sente-se útil ao mundo que a rodeia e antecipa-se ao ambiente.
Nesta fase, a criança identifica-se com os adultos; a criança imita o adulto com o qual se ligou emocionalmente, mas continua a dependência dos pais. Inicia-se o esforço pela autonomia: a criança quer tomar banho sozinha, ajuda um pouco nas tarefas da casa, há um maior envolvimento com a escola/creche.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Os amigos (dos 4 aos 5 anos)


Aos quatro anos o vosso filho está ansioso por se tornar independente, mas pode alternar rapidamente de uma atitude muito confiante para uma grande timidez, pois ainda vê o mundo e o desconhecido como um lugar enorme e complicado. Por isso não se surpreendam se ele de repente necessitar de um abraço e um beijo tranquilizador. Vai precisar que lhe estabeleçam limites claros e uma rotina familiar (para além de muito carinho e amor) que lhe dêem segurança emocional para poder partir à descoberta e que o ajudem a gerir os seus sentimentos. Por esta altura, o vosso filho já se consegue separar de vocês por um certo tempo sem angústia.
Tem cada vez mais consciência das suas habilidades, preferências e compara-se com os outros. Sente-se orgulhoso dos seus próprios trabalhos e criações. Gosta muito de tudo o que seja novidade – novas pessoas, novos jogos, novos brinquedos, actividades e livros. O seu sentido de humor está mais desenvolvido, rindo-se de situações engraçadas.
Utiliza os desenhos e as brincadeiras para gerir melhor as emoções intensas - por exemplo, depois de ir ao hospital, ele pode reproduzir repetidamente a experiência nas suas brincadeiras.
Continua a aprender as situações que dão origem a certos sentimentos e a compreender que os outros podem reagir de forma diferente às mesmas situações. Começa a perceber que tem de explicar os seus sentimentos e intenções, porque as outras pessoas não sabem necessariamente o que ele está a pensar e a sentir. E também compreende que as outras pessoas têm pensamentos, experiências e sentimentos que são diferentes dos dele e começa a ter isso em consideração nas suas interacções com os outros. Assim pode demonstrar simpatia por outra criança que se magoe, esteja triste ou zangada, seja consolando-a ou emprestando um brinquedo. Mesmo quando magoa os sentimentos de outra criança (por exemplo, quando não deixa brincar com os seus brinquedos), emenda a sua atitude rapidamente quando lhe dizem que a criança se sente mal ou triste. Pode chorar ao ouvir histórias tristes.
Começa a tentar agradar as outras crianças (por exemplo, dizendo que a convida para a festa de anos). No entanto também pode tentar controlá-las e ainda ter algumas birras quando não consegue o que quer. Gosta de chocar os outros, podendo usar palavrões e outras palavras proibidas. Pode originar brigas e mostrar-se egoísta e impaciente com um irmão ou criança mais novos, mas já exprime as zangas ou descontentamentos mais verbal do que fisicamente. Já sugere formas de resolução dos conflitos com as outras crianças, embora ainda procure o apoio do adulto. Ao brincar com os amigos vai desenvolvendo importantes regras sociais, seja a saber partilhar, a esperar e a ceder a vez e a não magoar os sentimentos dos outros.


 O seu filho começa a ter um grupo de amigos cada vez maior e começa a desenvolver uma maior interacção e amizade com os colegas, gostando de brincar em grupo, mas já sabe quem são os companheiros preferidos nas brincadeiras (já escolhendo-os pela sua presença e qualidades) e já se refere a eles como os ‘melhores amigos’. No entanto as amizades nesta idade vão e vêm rapidamente, baseiam-se principalmente no tempo que estão juntos, podendo rejeitar facilmente um amigo se por alguma razão se zangaram. Embora goste de brincar com crianças de ambos os sexos, pode preferir brincar com crianças do mesmo sexo.
Pode começar a pedir para ir a casa dos colegas ou serem eles a ir a sua casa, e pode mesmo começar a pedir para dormir em casa dos amigos.
Já consegue explicar os jogos às outras crianças. Por vezes pode querer ser o líder da brincadeira e embora já aceite regras, gosta de as ir alterando à medida que brinca. Nesta idade, os papéis de cada um nos jogos de simulação já são mais definidos. Já consegue mais facilmente interagir e entrar numa brincadeira que está a decorrer entre outras crianças, dando a si mesmo um papel que deverá ser aceite pelas outras (por exemplo, ‘Olá, eu posso ser o avô que veio fazer uma visita!’).
Nesta idade algumas crianças têm amigos imaginários, com quem falam e brincam. Podem falar com ‘os amigos’ quando estão aborrecidos ou zangados, ou até culpá-los quando fizeram alguma coisa errada. Às vezes acontece quando a criança não tem outras crianças para brincar, mas em geral não é um motivo de preocupação, a não ser que a criança não seja capaz de se relacionar com outras crianças ou adultos.
O seu filho está a aprender que as outras pessoas não sabem o que ele está a pensar. Ele ainda confude a realidade com a fantasia, e tem uma grande imaginação, e pode contar pequenas ‘histórias’ que não correspondem bem à realidade. É normal nesta idade acusar outros por algo que fez ou mentir para se proteger.

O que podem fazer para encorajar o seu relacionamento:
- Façam um album de fotografias da família e dos amigos, com os avós, tios, primos, colegas da escola e outros amigos e vejam-no juntos enquanto vai-lhe contando pormenores das fotografias e em que contexto é que foram tiradas.
- Reserve diariamente um tempo para conversar com a sua filha, por exemplo nas viagens para casa ou à refeição, sobre o que se passou durante o dia na escola, incluindo assuntos sobre os colegas.
- Encoraje a sua filha a brincar com outras crianças. Pode convidar um colega da escola ou outras crianças conhecidas, com quem a sua filha queira brincar. Organize tudo com antecedência (deixe-a ajudá-la a planear o lanche e arrumem os brinquedos  preferidos que não necessitam de ser partilhados), mas deixe as crianças conduzirem as brincadeiras e as actividades; não controle mas faça sugestões se houver necessidade de gerir conflitos (mas deixando-os sempre tentar resolvê-los). Pode planear uma actividade de culinária (fazer bolos, bolachas, sumos ou preparar o lanche) ou actividades manuais.
- Leve o seu filho aos parques infantis e a outros locais onde possa interagir  com crianças da mesma idade.
- Se o seu filho contar-lhe um problema que tenha tido com algum colega, não precisa de dar‑lhe a solução, mas pode conversar com ele de forma a ajudá-lo a encontrá-la. Assim, ajuda-o a reflectir sobre as relações e a medir as consequências das suas acções, para ele e para os outros.
- Ao ler-lhe uma estória, pode ir perguntando sobre os sentimentos que os personagens estão a sentir, nomeadamente pelas expressões que apresentam nas imagens.
- Faça jogos com o seu filho, para ele aprender a partilhar e a ceder a vez.
- Elogie o seu filho quando ele age bem e faz uma coisa certa. Deixe-o ajudá-lo nas tarefas do dia-a-dia, agradecendo-lhe a ajuda. Desta maneira está a ensinar-lhe a ser cooperativo e prestável.
- Não ceda se o seu filho fizer uma birra ou agir agressivamente para conseguir o que quer. Normalmente é uma forma de chamar a atenção. Tente não gritar ou reagir de uma forma muito intensa.

a importância de imitar adultos (dos 4 aos 5 anos)

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Imitar os adultos é uma das brincadeiras favoritas do seu filho nesta idade. Fazem o que eles fazem, vestem-se e agem como eles. É natural que imitem os pais, as pessoas e figuras que mais próximas estão de si, ajudando no processo de identificação da criança e do mundo.
Frequentemente, a criança adopta uma determinada postura ou estatuto numa brincadeira, porque é aquilo que ela realmente desejava ser. Não é por acaso que uns preferem fazer-se passar por médicos e brincar sob este cenário, e outros preferem fingir que são cantores de uma banda rock famosa. É muito comum vermos uma criança vestida com o vestido da mãe, pintar-se como ela, colocar a sua mala e adoptar a sua maneira de andar.
O faz-de-conta é uma actividade que desencadeia o uso da imaginação criadora. Pelo faz-de-conta a criança pode reviver situações que lhe causam excitação, alegria, medo, tristeza, raiva e ansiedade.
O seu filho gosta de participar da rotina da casa, torna-o mais confiante. Deixe-o ajudar na cozinha, nas limpezas da casa, estabelecendo primeiro as regras de segurança (explique-lhe que não pode aproximar-se do fogão, tem que ter cuidado com as facas, etc.). É provável que o seu interesse se dirija principalmente para as actividades ‘proibidas’ e você pode tirar proveito disso para organizar um evento bem animado, transformando a criança em auxiliar de ´chef'.
Sendo pais temos de ter certos cuidados com o que fazemos diariamente, pois somos nós os principais exemplos para os nossos filhos.
As crianças estão numa altura de desenvolvimento e de aprendizagem. A sua personalidade está a ser construída através do que se passa a seu redor.
Tudo o que fizer, ela irá ver atentamente e irá tentar imitar a todo o custo, sendo bom ou mau, pois ela ainda não tem a capacidade para diferenciar esse tipo de atitudes.

Como podemos ver, existem crianças que descriminam as restantes, por vários motivos, isso por terem o exemplo dos pais ou dos familiares.
Pelo simples facto das crianças estarem a desenvolver as suas capacidades e  quererem tornar-se adultos tal como os seus pais, não só por eles serem um exemplo, mas porque a seu ver são os seus heróis, elas irão querer ser exactamente tal como eles e por isso seguir os seus passos.
Aqui vai um vídeo a mostrar o quanto são importantes as nossas atitudes para eles, e o quanto eles são influenciadas por isso.



quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A percepção (dos 3 aos 4 anos)

A criança de 3 anos está ansiosa para conhecer e experimentar o espaço que a rodeia. Ela vê, toca, saboreia, cheira e ouve tudo.
A percepção é o processo de organização e interpretação dos estímulos que são obtidos pelos orgãos dos sentidos. Aos três anos o vosso filho consegue combinar facilmente a informação que recebe dos sentidos, de forma a interactuar com o ambiente que o rodeia.
Brincar no espaço exterior é muito importante para o desenvolvimento da percepção. Os sons, vistas, cheiros e texturas da natureza são muito estimulantes nesta idade.
Também nesta idade já tem mais cuidado com objectos frágeis e anda deliberadamente mais devagar ao transportar objectos que possam entornar (por exemplo um copo com água).





O vosso filho usa a visão para coordenar actividades de motricidade fina e faz juízos sobre elas. Já consegue pintar um desenho simples, copiar e desenhar formas simples (círculo, quadrado, cruz e linhas na diagonal) e combinar figuras, produzindo desenhos mais complexos. Já identifica as cores comuns.
Ele já consegue continuar uma sequência, seguindo um determinado padrão. A memória visual já é maior, permitindo-lhe identificar um objecto perdido, identificar semelhanças e diferenças entre objectos e descrever objectos ou ambientes familiares.
Apresenta maior capacidade de localizar um objecto específico do fundo em que se insere, ou seja, ignorar o segundo plano, facilitando a manipulação e a construção com blocos e a resolução de puzzles.
A percepção da profundidade, ou seja, a capacidade de ajuizar distâncias em relação à sua posição, é maior (por exemplo, subirá mais lentamente à medida que se aproxima do cimo das escadas de um escorrega), embora frequentemente ainda cometa erros.

Para desenvolver a percepção visual:
- explique e desenhe diversas formas para ele identificar e tentem encontrar objectos com formas semelhantes à vossa volta;
- desenhe figuras incompletas ou comece uma sequência num desenho (por exemplo utilizando formas e cores) e peça-lhe para completar;
- façam jogos de imagens (encontrar o intruso numa determinada sequência de imagens; encontrar imagens iguais - jogo da memória, etc.);
- ao ler-lhe estórias, peça-lhe para identificar nas imagens pormenores do que lhe lê;
- façam jogos de cores (quem encontra uma coisa laranja?);
- peça-lhe ajuda para pôr ou tirar a roupa da máquina de lavar e descobrir pares de meias;
- façam pequenos puzzles juntos, brinquem com blocos e com legos;
- sejam exploradores: com uma lupa vão para um parque e observem insectos, folhas, flores, encorajando a criança a observar com atenção aquilo que encontra e a dizer o que vê (podem levar um bloco para registarem o que vêem – com desenhos ou notas);
- deixe-o vestir-se e despir-se sozinho, abrir e fechar fechos de correr (ainda não conseguirá juntar e separar os fechos), calçar-se e apertar velcros; treinar a apertar e desapertar botões (além da percepção visual, trabalha a percepção táctil, a motricidade fina e a coordenação visual-motora);
- deixe-o praticar a usar a tesoura, ajudando a desenvolver a coordenação visual-motora.





A percepção táctil é a capacidade do cérebro de entender o que a pele está a sentir. Nesta idade, as mãos tornam-se mais ágeis e já consegue identificar objectos familiares através do tacto. O tacto continua a ser um sentido muito importante: para ‘verem’ qualquer coisa, tendem a tocar-lhe ou a pegar-lhe.

Para desenvolver a percepção táctil (e ao mesmo tempo desenvolver a motricidade fina):
- Dê-lhe plasticina ou outro material de modelagem;
- Façam pinturas com as mãos (utilizando as tintas próprias);
- Façam colares de contas (as contas devem ser grandes e, se possível, com diferentes formatos e/ou texturas e materiais);
- Coloque objectos familiares dentro de um saco ou caixa e peça-lhe para os descrever e depois identificar (escolha objectos com diferentes texturas e durezas);
- Deixe-a sentir diferenças de temperatura: água fria, morna, pouco quente, gelo;
- Deixe-a andar descalça em diferentes ambientes (lama, água, areia, terra, madeira, etc.), contando depois o que sentiu;
- Vamos fazer o jantar – Pizza! Deixe-a fazer desenhos na pizza: dê-lhe bocados de tomate, pimento, queijo, milho, fiambre, etc. e deixe-a espalhar os ingredientes na base de pizza para criar um desenho.




 A percepção auditiva é a capacidade do cérebro interpretar e criar uma impressão clara dos sons. Nesta idade as aptidões musicais aumentam e a capacidade para ouvir sons altos é menor.

Para desenvolver a percepção auditiva:
- Parem um pouco em silêncio e ouçam os sons que vos rodeiam; ao ar livre ouçam os sons dos animais, do vento, da chuva, das ondas do mar, etc.
- Ouçam diferentes tipos de música, de forma a que a vossa filha desenvolva o gosto musical, e incentive-a a dançar;
- Cante cantigas e rimas que envolvam acções; 
- Ensine-lhe sons associados a animais e objectos familiares e imitem-os;
- Batam em diferentes objectos, para verem as diferenças de som;
- Converse com a sua filha com intensidades diferentes (baixo, alto, etc.);
- Leia ou conte estórias;
- Toquem instrumentos musicais. Podem fazer os vossos próprios instrumentos (por exemplo, embalagens de iogurte e arroz ou feijão transformam-se em maracas; um balão bem esticado e preso com elástico num tubo de cartão dá um tambor)

Jogo: Tic tac onde está o relógio
Material: relógio com mecanismo audível
O bebé está a dormir e o despertador está marcado para tocar dentro de 5 minutos. Depressa, usa os ouvidos, procura o tic tac do relógio e encontra-o antes que toque e acorde o bebé.
O relógio deve ser posto a trabalhar e escondido no quarto, sem estar visível, mas deve ser audível quando as crianças se aproximarem dele.



Em relação à percepção olfactiva, aos 3 anos as crianças parecem ter preferências e aversões olfactivas idênticas às do adulto, com excepção do cheiro do cocó que não parecem achar agressivo.
A importância dos cheiros na construção de relações interpessoais continua a fazer-se sentir nesta idade, e a sua filha provavelmente conseguirá identificar uma roupa que foi vestida pela mãe. O olfacto está muito ligado às memórias e emoções.

Para desenvolver a percepção olfactiva:
- apresente-lhe diferentes plantas aromáticas picadas e leve-a a passear em jardins ou hortas onde ela possa tentar associar os cheiros;
- deixe-a ajudar na cozinha (ela vai adorar ajudar a preparar a sopa) e incentivem-a a cheirar os alimentos crus e depois de cozinhados, nomeadamente legumes, frutos, ervas aromáticas, especiarias, etc. e a dizer se gosta ou não do cheiro;



No que se refere à percepção gustativa, a maioria das crianças nesta idade prefere os sabores doces, salgados e gordos, e é frequente rejeitar os amargos, azedos e picantes. Nesta idade é normal preferirem os sabores que lhe são mais familiares e não quererem experimentar novos sabores (primeiro têm que se familiarizar com as características da comida: aspecto visual, textura, cheiro e sabor).

Para desenvolver a percepção gustativa:
- Dê-lhe a provar alimentos com diferentes texturas (sólidos, líquidos, crocantes, macios, duros, etc.) e a diferentes temperaturas; alimentos da mesma cor, mas sabores diferentes (por exemplo, sal, açucar, farinha)
- Joguem ao jogo da Cobra cega: que alimento é esse? Com os olhos vendados, se ela não se importar, dê-lhe alimentos (fruta e legumes cozidos ou crus) para identificar pelo cheiro, pelo paladar e pelo tacto;
- Façam bolos e bolachas juntos: ensine-a a partir os ovos, a deitar os ingredientes, a mexer a massa, deixando-a provar os vários ingredientes e as diversas etapas da massa, e no final ela vai adorar rapar a tigela.