quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

As primeiras palavras (dos 12 aos 18 meses)




Aos 12 meses o seu filho aponta quando lhe quer mostrar alguma coisa e sabe conduzi-la até aos objectos que precisa. Ele já compreende muitas palavras simples, e pode apontar para figuras ou objectos nomeados pelo adulto (por exemplo, apontar para o nariz, se lhe perguntar onde está, para o cão, o sapato, etc.). Já reconhece o próprio nome, respondendo quando é chamado.
Por volta dos 12 meses é provável que use um vocabulário de cerca de 3 palavras, para além de mamã e papá. Uma vez que a sua compreensão ultrapassa muito a capacidade de se exprimir, cada palavra que sabe pode significar diferentes conceitos (por exemplo, quando diz ‘mamã’ pode significar ‘mamã, quero água’). Quando perceber o que ele quer repita-lhe a frase correctamente (‘a mãe/mamã vai dar-te água’), e não tardará que ele comece a dizer ‘mamã, água’.
Poderá começar a utilizar os sons dos animais para se referir a estes, ou sons que faz a comer para referir a comida. Por exemplo, poderá começar a dizer ão-ão para se referir aos cães, que depois irá evoluir para ‘cão’.
Começa a usar as palavras que conhece para dizer o que quer, em vez de apontar, e pode começar a referir-se a si mesmo pelo próprio nome. De vez em quando, poderá dizer uma palavra que oiça frequentemente aos pais.
Nesta altura, o seu filho está desejoso de se fazer entender pela fala, e o seu repertório de palavras vai aumentando e aos 18 meses a criança já pode apresentar um vocabulário de cerca de 20 a 50 palavras (sobretudo relacionadas com o seu dia-a-dia, nomeadamente comida, brinquedos, o seu próprio corpo e animais) e pode formar frases curtas, de duas ou três palavras. Misturado com as palavras que já sabe, pode usar o seu linguajar próprio (jargão).
Diz o ‘não’ correctamente, normalmente acompanhado com o movimento da cabeça, e coloca questões, subindo o tom da voz no final da palavra.
Ele imita os sons de alguns animais e barulhos como os de chuva e de trovão e tenta cantar canções simples.

O que podem fazer para ajudar:
- Fale muito com o seu filho, dando-lhe total atenção, pondo-se, sempre que possível, à altura dele e olhando-o nos olhos. Fale devagar, descrevendo o que estão a fazer e ensinando-lhe palavras novas, designando-lhe as coisas com que interactuam, por exemplo, as partes do corpo, peças de roupas, o que come, brinquedos favoritos, os elementos da paisagem quando vão passear, as cores, as texturas, etc. Responda-lhe quando ele lhe perguntar algo.
- O seu filho vai adorar ajudá-la, peça-lhe ajuda para ir buscar objectos do seu dia-a-dia, que ele conheça bem e que estejam ao seu alcance, dando indicações simples – por exemplo, dizendo ‘Vai buscar a fralda’, (frases longas e com muitas explicações vão causar-lhe confusão).
- Aproveite todas as oportunidades para ir introduzindo os números: conte os degraus das escadas, os dedinhos, os brinquedos, etc.
- Leia-lhe muito (e releia os livros preferidos), usando livros com imagens apelativas, para desenvolver a associação da palavra com o objecto, apontando objectos familiares e/ou pedindo que encontre e aponte nas imagens elementos que ele já conhece, por exemplo, o cão, o bebé, a casa, etc.
- Use diferentes vozes e emite os sons dos animais, dos objectos, veículos, etc. quando estiver a ler ou a contar-lhe estórias. Vá alternando tons graves e agudos, sons mais altos e mais baixos.
- Dê-lhe livros para ele brincar e observar, resistentes e de fácil manuseio.
- Brinque com jogos de palavras, ensine brincadeiras com os dedos e cante canções que são acompanhadas por acções e/ou que pontuem as actividades do dia, como a hora de acordar, do banho, de comer e de dormir, dando preferência às cantigas simples, com letras curtas e repetitivas.
- Preste atenção ao seu filho quando ele falar consigo. Tenha paciência e deixe-o pedir as coisas (usando palavras e gestos), antes de lhe dar o que ele quer.
- Sempre que possível, associe gestos ao que diz (por exemplo, mostrar as mãos vazias ao anunciar que algo “acabou”).
- Não estimule quando ele faz sons de bebé ou diz as palavras incorrectamente, mas não o corrija, pois isso pode inibi-lo. Em vez disso, repita sempre as palavras correctamente.
- Evite o uso de diminutivos, já que as palavras ficam muito parecidas, o que dificulta a memorização e a consequente ampliação do vocabulário.
- Tente não usar demasiado o ‘não’, usando-o apenas em situações que impliquem a segurança do seu filho.
- Façam um ‘dicionário’ das palavras que o vosso filho diz. Vão ficar surpreendidos com a rapidez com que ele adquire novas palavras.

Algumas rimas que pode acompanhar com gestos:
Tão balalão 
Tão balalão,
Cabeça de cão,
Orelhas de gato,
Não tem coração.
(ao mesmo tempo que se diz a rima, baloiça-se a criança ao ritmo cadenciado e faz-se cócegas na última palavra)

Bichinha gata 
Bichinha gata,
Que comeste tu,
Sopinhas de leite,
Onde estão elas?
Na barriga da _____.
(pega-se nas mãos da criança e vai-se fazendo festas ritmadas na cara dela, no último verso diz-se o nome da criança e faz-se cócegas na barriga)

Nome dos dedos 
Pequenino,
Seu vizinho,
Pai de todos,
Fura bolos,
Mata piolhos.
(vai-se passando pelos dedos da criança ao mesmo tempo que se nomeiam, começando do mindinho e acabando no polegar)

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